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MARCÍLIO COSTA
( BRASIL – PARÁ )
Marcílio Costa, poeta e artista visual paraense, é autor dos livros de poesia "Celina..." ( Editora Paka Tatu, 2008 - Prêmio Vespasiano Ramos da APL) e "Depois da Sede" ( Prêmio Dalcídio Jurandir de Literatura 2010, poesia ). Possui ainda uma obra inédita "O Galo Inútil" (Menção Honrosa no Prêmio Bruno de Meneses, em 2002).
assiEm 2008 escreveu o roteiro final e co-dirigiu o curta de animação "Muragens - crônicas de um muro" (direção de Andrei Miralha). Em 2009 foi contemplado com a Bolsa FUNARTE de criação literária pela obra poética todas as ruas. Em 2011 produziu e dirigiu o curta metragem "A outra voz" ( Prêmio Cidade de Belém – 2011). Idealizador do projeto "SENDAS – pontos e fugas da linguagem" e editor da editora Edições do Escriba.
É guitarrista da banda Cabíria.
ATO – REVISTA DE LITERATURA. NO. 6. Belo Horizonte: Gráfica e Editora O Lutador, janeiro de 2009. Editores: Camilo Lara, Rogério Barbosa da Silva e Wagner Moreira. 21,5 X 52 cm. 52 p.
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
fotografia
assim
como te postas
hirto
nesta distância congelada
não se imagina o caminho da úlcera
a queixa diária do sal...
a vista diluindo tudo...
...
o tempo marcado pelo que corrói
o relógio de ferrugem que carregas
a poesia —talvez— te compreenda
não esse campo em que me detenho
na fortuita espera
para refazer tua sombra
na fotografia
—esta reserva do afeto—
a criança erguida
sibilante
como um outro sol
te atravessa os olhos
amedrontada
o filho que vai atravessar o tempo
e na aderência dos músculos
reconstruir o céu
onde havia as estrelas
e uns sóis
que erguias com as mãos
véu negro da palavra
para ney paiva
o silêncio
ou em silêncio
tem sido nosso diálogo
sob certa chuva reconheço a voz
essas minhas mãos
revirando
o que não era suicídio
os demônios incrustados no véu
sob as chuvas vermelhas
o véu negro da palavra
ilumina
torna impuro
—graças a deus— o silêncio
o véu negro da palavra
reconcilia
o poeta e a poesia
poesia
“pois que há uma canção em ti
submarina.
Max Martins
canto submarino
por entre as conchas
por entre
tudo
entre
eu
este homem mudo
mas não surdo
...escutai
a uma pedra
tu fechada em ti
sem fruto nem pão
guardada em si
na fidelidade do chão
semente mansa
eivando a voz efusiva do dia
o inteligível mistério do não
*
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Página publicada em março de 2024
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